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Mostrando postagens de julho, 2019

A HISTÓRIA DE UM POEMA

A HISTÓRIA DE UM POEMA      Corria o ano de 1980 ou 81. Corria lento, como era lento o tempo àquele tempo visto de hoje. Eu caminhava, lento, em direção à Estação Ferroviária do Horto, bairro onde morava. Parece que era à uma tarde, mas devia ser manhã, pelo que me lembro dos horários dos trens. Nossa turma gostava de tomar o trem tomando vinho e tocando violão. Eu não tocava, mas cantava e bebia. Esta tarde, ou manhã, curtindo a lentidão do meu caminho, vi uma plaquinha à porta de uma oficina mecânica com o seguinte dístico: “Nem tão depressa que pareça covardia, nem tão devagar que pareça provocação.” Gostei daquilo, pela síntese e pelo conteúdo mesmo, mais engraçado que conselho útil. Não anotei nem me lembro de ter comentado com alguém.       Em 1983, lancei o livro “Bakunin”. Neste meio-tempo, fiz muitas leituras de textos anarquistas, por isso o título do livro. Um dos poemas se chama “Personalidade”: “Nem tão amarga / que se torne intragável // Nem tão doce / que